CLUBE DOS ENTAS ITAJAI: agosto 2012

sábado, 25 de agosto de 2012

ITAJAÍ E A MARINHA.

A PROXIMIDADE DO RIO E DO MAR FIZERAM QUE ITAJAÍ TENHA UM RELACIONAMENTO MUITO ESTREITO COM A MARINHA.

CONSTRUÇÃO DA PRIMEIRA SEDE DA CAPITANIA DOS PORTOS DE ITAJAÍ.

O Prédio construido ainda existe e se localiza na esquina da Rua Lauro Müller com a Rua Almirante Tamandaré. Autoridades e convidados no terreno onde se iniciava a construção.

O DIA DO MARINHEIRO - COMEMORADO DIA 13 DE DEZEMBRO.

ERA REALIZADA UMA PARTIDA DE DE FUTEBOL ENTRE AS EQUIPES DO CLUBE NÁUTICO MARCÍLIO DIAS E O CLUBE NÁUTICO ALMIRANTE BARROSO EM HOMENAGEM A MARINHA.

Na foto a antiga entrada do estádio Dr. Hercílio Luz pela Rua 7 de Setembro.

O presidente do Marcílio Dias na época o Sr. Achiles Gonçalves sauda a Marinha representada pelo Capitão dos Portos. A esquerda os jogadores do Barroso e a direita os jogadores do Marcílio uniformizados prontos para o jogo. Ao centro o Prefeito Municipal da época Dadinho Canziani e a Primeira Dama. Na foto ainda ao lado do Capitão dos Portos o Sr. Fancisco Julio Wippel presidente da Liga Itajaiense de Desportos. Ao lado do Reporter o Sr José Luiz Colares e ao lado do prefeito o Sr Odemar Müller (Milinha) presidente o Barroso.

UMA ALUNA DA ESCOLA BASICA FRANCISCO DE PAULA SEARA REPRESENTANDO OS ESCOLARES DE ITAJAÍ, SAUDA A MARINHA NO DIA DO MARINHEIRO

Foto na antiga sede (demolida) da Capitania dos Portos de Itajaí, na Rua Coronel Eugênio Müller. Além dos escolares, atras da aluna que declama. podemos ver o radialista, vereador e presidente da Câmara de Itajaí o Sr Dalmo Feminela.

CASAS ANTIGAS DE ITAJAÍ - I

MUITAS JÁ NÃO EXISTEM MAIS ... SÓ NA NOSSA LEMBRANÇA.

CASA ALFREDO DAY - Rua Uruguai

CASA FAMILIA VIEIRA - Rua Lauro Müller

CASA ALBERTO WERNER - Itamirim

CASA BONIFÁCIO SCHMIDT

CASA DA SENHORA EMILIA PEREIRA, MÃE DE JOÃO AMARAL PEREIRA e estava edificada na Av.Joca Brandão, esquina co a Rua Lauro Muller.

TÚNEL DO TEMPO II

LEMBRA DESSES OBJETOS ...

O ESCOVÃO ... OS ASSOALHOS

AS ENCERADEIRAS QUE SUBSTITUIRAM OS ESCOVÕES.

O FERRO A CARVÃO ... AS ROUPAS ENGOMADAS

O FERRO ELÉTRICO ... SUBSTITUTO DO A CARVÃO

ISSO ERA BOM NO INVERNO

MAS ISSO ERA DESAGRADÁVEL ...

CAFÉ DEMOCRÁTICO

O CAFÉ DEMOCRÁTICO, NA ESQUINA DA RUA HERCÍLIO LUZ COM A LAURO MÜLLER, FOI NO VINTÊNIO 50/60 O LOCAL DE ENCONTRO DE POLÍTICOS, EMPRESÁRIOS, PROFISSIONAIS LIBERAIS, E A IMPRENSA DE ITAJAÍ.

NA FOTO DE UM DOMINGO APÓS A MISSA NA VELHA IGREJA MATRIZ

FORAM SEUS PROPRIETÁRIOS O CASAL BRAULIO WERNER E IZAULINA MAES WERNER QUE MORAVAM NO ANDAR SUPERIOR DO EDIFÍCIO.

BRAULIO WERNER E IZAULINA MAES WERNER

OS PROPRIETÁRIOS ATENDIAM PESSOALMENTE OS SEUS FREGUESES AUXILIADOS PELA SUA EQUIPE DE GARÇONS.

NA FOTO, A DIREITA DE COSTAS O SR. ANTÔNIO WOLLINGER PROPRIETÁRIO DA LOJA "A FAVORITA", AO CENTRO O RADIALISTA DAGOBERTO ALVES NOGUEIRA DIRETOR DA RADIO DIFUSORA DE ITAJAÍ E O JORNALISTA TOLENTINO.

NA FOTO, A DIREITA DE COSTAS O SR. ANTÔNIO WOLLINGER PROPRIETÁRIO DA LOJA "A FAVORITA", E O JORNALISTA TOLENTINO EM UM CAFEZINHO E UMA CONVERSA COM O PROPRIETÁRIO BRAULIO WERNER.

O CAFÉ ERA "MOIDO NA HORA", E SEMPRE QUENTE ERA SERVIDO DE MESA EM MESA PELO GARÇON (Lúcio foi o mais famoso pela sua simpatia e maneira de servir) QUE LEVAVA NAS MÃOS DOIS BULES,UM COM CAFÉ E OUTRO COM LEITE.

BULE DE CAFETERIA, COM CABO LATERAL E BICO COMPRIDO PARA SERVIR O CAFÉ E O LEITE AOS CLIENTES.

AÇUCAREIRO ERA DISTRIBUIDO UM EM CADA MESA, ALGUNS TINHAM UM PÉ DE BORRACHA PARA NÃO ATRITAR COM O MÁRMORE DAS MESAS.

AS XÍCARAS APÓS SEREM LAVADAS ERAM COLOCADAS EM UM RECIPIENTE COM ÁGUA QUENTE PARA ESTERILIZAR E MANTER O CAFÉ QUENTE. ALÉM DO CAFÉ SERVIA DOCES, REFRIGERANTES, PRODUTOS DE BOMBONIÈRE E CHARUTARIA.

FOTOS ANTIGAS DE CABEÇUDAS III

MAIS FOTOS DA NOSSA PEQUENA MAS BELA SALA DE VISITAS ...

ANOS 30

MAIS ANOS 30

ANOS 40

ANOS 50

ANOS 60

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

TÚNEL DO TEMPO I

MEXENDO COM A NOSSA SAUDADE ....

O JIPINHO DE LATA

O AQUAPLAY

RADINHO PORTÁTIL

A RADIOLA OU ELETROLA E A GATINHA APAIXONADA...

A VESPA DO PLAYBOY ... QUEM TINHA ERA UM "PÃO"...

sábado, 11 de agosto de 2012

FOTOS ANTIGAS DE CABEÇUDAS II

MAIS FOTOS DA NOSSA SALA DE VISITAS ...

PRAIA DO MORCEGO

ANOS 50

ANOS 60

PREDIOS HISTÓRICOS DE ITAJAÍ II

MAIS ALGUNS PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ITAJAÍ ...

CASA ALBERTO WERNER ...DEMOLIDA

HOTEL LIPMANN - DEMOLIDO

CASA JOÃO BAUER - DEMOLIDA

CONFEITARIA MODELO - Esquina da Hercílio Luz com a Lauro Müller.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

HOSPITAL SANTA BEATRIZ

NA ESTRADA QUE DÁ ACESSO A CABEÇUDAS, NO ALTO DO MORRO, TENDO NA SUA FRENTE UMA DAS MAIS BELAS PAISAGENS DE ITAJAÍ, FOI O LOCAL ESCOLHIDO, - “O MELHOR E MAIS BELO NÃO HAVERIA”, NO DIZER DO DR. MENESCAL DO MONTE - PARA A CONSTRUÇÃO DO HOSPITAL SANTA BEATRIZ, NOME QUE HOMENAGEAVA A ESPOSA DO ENTÃO PRESIDENTE DA PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA, FRANCISCO JOSÉ DA ROCHA.

A PEDRA FUNDAMENTAL FOI LANÇADA EM 1886, ASSUMIU A FUNÇÃO DE "MESTRE DE OBRAS" O ARQUITETO GUILHEME MÜLLER E INTEGRAVAM A COMISSÃO DE CONSTRUÇÃO NICOLAU MALBURG (PAI), GUILHERME ASSEBURG E LUÍS FORTUNATO MENDES.

CONSTRUÍDO COM O PRODUTO DO IMPOSTO DE 100 RÉIS POR DÚZIA DE MADEIRA EXPORTADA, O HOSPITAL TEVE SUAS OBRAS CONCLUÍDAS GRAÇAS AO ESFORÇO DO ENTÃO VEREADOR NICOLAU MALBURG, SENDO OFICIALMENTE INAUGURADO NO DIA 3 DE JANEIRO DE 1887.

AS IRMÃS DE CARIDADE QUE ADMINISTRAVAM O HOSPITAL TAMBÉM CUIDAVAM DA GRUTA DE NOSSA SENHORA DE LOURDES, OBRA QUE SE DEVEU À SRA. ELIZABETH MALBURG, E QUE PASSOU A SER LOCAL AONDE SE FAZIAM ROMARIAS EM DATAS ESPECIAIS CELEBRADAS PELA IGREJA!

EM 1962, O HOSPITAL DE SANTA BEATRIZ PASSOU A FUNCIONAR COMO SANATÓRIO TISIOLÓGICO. E, TAMBÉM ASSIM, INESTIMÁVEIS SERVIÇOS PRESTOU AOS PACIENTES QUE ALI SE INTERNAVAM. FOI DESATIVADO, QUANDO A TUBERCULOSE, NÃO SÓ EM ITAJAÍ, MAS NO BRASIL, PASSOU A SER TRATADA AMBULATORIAMENTE.

SCHUETEZEN VEREIN ITAJAHY

O CLUBE DE ATIRADORES DE ITAJAÍ, FOI FUNDADO EM 28 DE ABRIL DE 1895, POR UM GRUPO DE CIDADÕES DE ORIGEM GERMÂNICA RADICADOS EM ITAJAÍ, E PERTENCENTES A MUITAS DAS MAIS ILUSTRES E TRADICIONAIS FAMÍLIAS LOCAIS. FORAM SÓCIOS FUNDADORES: PEDRO BAUER, GUILHERME MULLER, GABRIEL HEIL, JULIO GERN, MATHIAS BAUER, ALFREDO EICKE, JULIO WILLERDING, OTTO MOLDENHAUER, JULIO GALLE, EMÍLIO PALUMBO, JOAQUIM ESPÍNDOLA E JOÃO RODRIGUES PEREIRA.

O ANTIGO PRÉDIO FOI SUBSTITUÍDO POR OUTRO DE ALVENARIA. ASSIM, DO VELHO SCHUETEZEN VEREIN ITAJAHY RESTAM APENAS A TRADIÇÃO ORAL E AS MEMÓRIAS DEIXADAS POR JUVENTINO LINHARES.

NA ELEIÇÃO DE 06 DE JANEIRO DE 1899 FORAM ELEITOS: PRESIDENTE: PAULO BAUER, VICE: JULIO GALLE, TESOUREIRO: OTTO MOLDENHAUER, SECRETÁRIO: EMÍLIO PALUMBO, PROCURADOR: ÂNGELO CORREA.

EM 1901 FOI REELEITO PRESIDENTE O SR. PEDRO BAUER, FAZENDO PARTE DA DIRETORIA AINDA OS SRS. OTTO MOLDENHAUER (TESOUREIRO), 2º PROCURADOR O SR. ANGELO RODI, VICE- PRESIDENTE JULIO GALLE, 1º SECRETÁRIO O SR. DORVAL PAULINO DE CAMPOS, 2º SECRETÁRIO JOÃO BAUER JÚNIOR, 1º PROCURADOR O SR. CRISTE FERMINO.

AS PRINCIPAIS ATIVIDADES ERAM A PRÁTICA DO TIRO AO ALVO E BOLÃO, OS BAILES PROGRAMADOS PELA DIRETORIA, E A FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO. ALGUNS NOMES DE VENCEDORES E PARTICIPANTES DE TORNEIOS DE TIROS: GUILHERME MULLER, OTTO MOLDENHAUER, ERNESTO SCHNEIDER, GERMANO FRIESE, PEDRO BAUER, JULIO GERN, JULIO WILLERDING, GABRIEL HEIL, JOÃO BAUER JUNIOR, JOSÉ DITTRICH, ADRIANO KORMANN, VICTOR OLINGER, CRISTE FERMINO, ENTRE OUTROS.

(NA FOTO AO FUNDO A ANTIGA SEDE)

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

AEROPORTO DE ITAJAÍ - SC - BRASIL II

Muito antes de Florianópolis, Navegantes, Joinville e Chapecó terem seus aeroportos, Itajaí inaugurava o seu. Foi em setembro de 1952. O Aeroporto de Itajaí recebeu o nome do senador gaúcho Joaquim Pedro Salgado Filho, ministro da Aeronáutica de Getúlio Vargas.

Foto do dia da Inauguração

Itajaí teve um aeroporto numa época em que o principal meio de transporte era marítimo. A BR-101 não existia e as únicas estradas eram de barro. Uma viagem de Itajaí a Florianópolis poderia levar até 12 horas para ser concluída, isso se o veículo não ficasse atolado no barro.

Foto do pouso inaugural.

Quem pensa que o aeroporto melhorou a vida de quem precisava viajar se engana.

O check-in não existia, as pessoas andavam no meio da pista sem a menor cerimônia e a viagem de um destino para outro tinha muitas escalas. Por exemplo, uma viagem de Itajaí a Porto Alegre tinha três: Florianópolis, Tubarão e Caxias do Sul (RS).

Foto do pessoal aguardando a chegada de um avião.

Naquele tempo cada passageiro, à medida que chegava ao balcão da companhia aérea, recebia uma ficha de plástico azul, com um número gravado. Na hora do embarque, era convocado aos berros pelo despachante de voo, os passageiros caminhavam os poucos metros até o avião e aguardavam ao pé da escada até serem chamados, um a um. Assim, o embarque era efetuado na ordem de chegada ao aeroporto, e quem desejasse sentar na janelinha, que chegasse mais cedo.

Foto das autoridades aguardando a chegada de modelos internacionais.

O Aeroporto de Itajaí ficava no bairro Barra do Rio e funcionou até o final da década de 1960, com vôos regulares para diversas cidades do país.

A DIVISÃO DAS ALMAS

Entre as principais causas do medo está a insegurança, mas principalmente a insegurança advinda da imaginação. O medo prejudicial é mais fruto da imaginação de fatos que talvez nunca aconteçam. O medo provoca reações físicas que vão desde a transpiração excessiva até a aceleração do batimento cardíaco, além do amolecimento das pernas, entre outras. Mas também provoca reações psicológicas e mentais que travam nossas potencialidades. Gutenberg da Cruz, era o nome do nosso personagem, imaginem se iam chamar-lhe pelo nome que o pai tinha colocada em homenagem ao homem que tinha iniciado a era da imprensa, oficio que ele ocupava em uma gráfica da cidade, foi apelidado de Gute. Gute era mulato alto e forte trabalhava lá pelos lados da Rua Blumenau, descarregando caminhões de madeira que vinham lá da serra, esperava-os na ponte da Barra do Rio tratava o preço, subia no estribo e ia até a madeireira para descarregar. Morava lá pelos lados do matadouro, cujo caminho era a Rua Brusque. Era amigo do Luigi, o “Taliano” que morava lá pelos lados do Galles, loiro, também alto e forte, que trabalhava num armazém descarregando e carregando sacos o dia todo. Iam e vinham do trabalho sempre juntos, e um esperava pelo outro ali na encruzilhada da Rua Hercílio Luz com a Rua Tijucas, para passarem pela frente do cemitério que se localizava ali no início da Rua Brusque. Na vinda do trabalho davam uma passadinha num “Secos & Molhados” que ficava mais ou menos na metade da rua , o Taliano tomava um copo de vinho Cardeal e o Gute era chegado em uma batidinha de limão, daquelas já preparadas, com um pouquinho de “Bitre”. Dificilmente pagava, esperava até que alguém o desafiasse para jogar “um pulso”, onde era quase imbatível, só não jogava com o Taliano, ai a parada era dura. O cemitério era cercado de estaquetas, já que a madeira era abundante, sendo que as da frente eram mais altas, até para que quem passasse pela rua não tivesse a visão dos túmulos, resguardando o lugar. Um pouco afastado da entrada, crescia um frondoso abacateiro, muito produtivo, mas cujos frutos não eram aproveitados senão pelos pássaros, quem iria comer frutos dele, pois ficava junto aos túmulos. Lá pelo final de maio, quando o outono começava a se despedir e escurecia mais cedo, dois malandros tiveram a idéia de colher os abacates e venderem na feira, apanhariam a noitinha e venderiam no outro dia, ninguém iria saber que aquelas frutas tão saudáveis eram colhidas do abacateiro do cemitério, e assim fizeram. Após colherem uma boa quantidade, passaram a dividir a colheita, como não sabiam contar, passaram a dividir um a um: - “Uma pra mim, uma pra ti”, e assim fizeram. Naquele dia o Gute teve que descarregar um caminhão de “pranchão de canela”, cujo trabalho tinha começado lá pelas cinco e meia da tarde e se alongou até a noite, quando chegou a encruzilhada das ruas Tijucas com a Brusque o Taliano já tinha ido, de certo estava lhe esperando lá no “Secos & Molhados”. Benzeu-se e foi em frente, ao passar pelo cemitério no silencio da noitinha escutou as vozes: - “Uma pra mim uma pra ti”... Um terror lhe acercou o espírito, e em desabalada corrida, chegou até o “Secos & Molhados”, com o coração saltado pela boca, totalmente molhado de suor, os olhos esbugalhados. Ao ver a luz suas pernas amoleceram, sendo amparado e levado a sentar-se sobre um saco de milho. Acudido e abando pelo colega, após um copo de água de açúcar, veio a pergunta: - O que aconteceu rapaz, viste alguma assombração? - Pior, bem pior, quando passei ali pelo cemitério vi “com estes oios que a terra há de cume” um anjo e o diabo dividindo as almas.

A IMPRENSA EM ITAJAÍ

Em uma época em que, às portas da Proclamação da República, expressiva parcela dos jornais catarinenses não escondia suas cores partidárias, ocorre a primeira e breve experiência da imprensa de Itajaí. Em 10 de maio de 1884, João da Cruz, o mestre Janja, lança o semanário Itajahy, que circulou pouco mais de um mês. .

As precárias condições econômicas e tecnológicas aliadas aos obstáculos políticos oferecidos à circulação de idéias em uma sociedade nitidamente autoritária, são elencadas como as principais causas que condicionaram o atraso do nascimento da imprensa itajaiense.

Com uma postura editorial de isenção ante às refregas políticas locais, em 18 de fevereiro de 1886, Tranqüilo Antônio da Silva e Eduardo Dias de Miranda lançam o moderado bissemanário A Idéia. Na mesma linha editorial, em 20 de fevereiro de 1887, Galdino de Pereira Lima coloca em circulação A Liberdade. Porém, esta aparente neutralidade da imprensa local muda radicalmente em setembro de 1890 quando o médico Pedro Ferreira e Silva, um dos líderes locais do republicanismo, funda a Gazeta de Itajahy .para divulgar as idéias republicanas e defender as ações político administrativas do interventor Lauro Muller.

Este foi o mote inicial para que a imprensa da foz do Itajaí estivesse cada vez mais atrelada ao poder político, cenário que só começaria a mudar gradativamente a partir do final do século XX. O exemplo seguinte foi um outro semanário intitulado Gazeta de Itajahy criado em 13 de outubro de 1892, também republicanista, e o primeiro com circulação em todo o Vale. Inovou ainda na distribuição gratuita e no conteúdo bilíngüe (português e alemão).

Encerrando a primeira fase da imprensa itajaiense do final do século XIX, circularam na cidade O Immigrant (1890), A Flexa e A Semana Ilustrada (1894), Jornal do Brasil (1896) e o Progresso (1899).

Do início ao final do século XX, de acordo com levantamento 83 jornais foram lançados. Em meio a tantas publicações efêmeras, algumas se tornaram marcos na imprensa local por sua longevidade e postura editorial: Novidades (1904/1919), fundado por Tibúrcio de Freitas, teve a colaboração dos irmãos Konder (Victor, Marcos e Adolpho) e desempenhou importante papel na Campanha Civilista, de Rui Barbosa em 1910; O Pharol (1904/1936), criado por João Honório de Miranda, de oposição e postura crítica, foi fechado pela censura de Getúlio Vargas; Diário de Itajaí (1914 . quatro meses), de Manoel Ferreira de Miranda, foi o primeiro diário da cidade; Jornal do Povo (1935/1989), fundado por Abdon Fóes, passou por várias fases com

diferentes proprietários, dominando o cenário jornalístico itajaiense até o início dos anos 60, quando do surgimento do jornal A Nação; O Correio (1963/1976), de Elias Adaime, o único jornal local de oposição ao regime militar e inclusive era revisado por censores do Serviço Nacional de Informação (SNI); Diário do Litoral (1979), de Dalmo Vieira; Diário da Cidade (1992), de Valdemir Corrêa das Chagas.

A VERDADE SOBRE O NAUFRÁGIO DO NAVIO REVESBYDYKE EM ITAJAÍ

Naufrágio com perda total do navio e da carga. Imperícia no carregamento e imprudência ao desatracar. Condenação do comandante e do imediato. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.

Este processo refere-se ao acidente de navegação ocorrido com o navio inglês “REVESBYDYKE”, na barra de acesso ao porto de Itajaí, Estado de Santa Catarina, em 2 de setembro de 1965, resultando no afundamento do navio, carregado de madeira. Segundo as declarações do prático, no inquérito, tendo o navio largado do cais do porto de Itajaí às 6 horas e 45 minutos daquele dia, começou a adernar às 7 horas e 20 minutos, vindo a encalhar no banco na margem norte do canal. Ao pender o navio, fora acionado o telégrafo de máquina, sem obter resposta. Nessa hora, o imediato e o segundo oficial soltaram as peias da carga de convés, da qual parte caiu no mar, endireitando bastante o navio; este pendera para bombordo, guinando por si só para boreste e indo bater nas pedras do molhe sul. Depois que a popa afundou, a proa ergueu-se e o navio girou, ficando com a proa para o mar e, na continuação dos balanços, acabou pendendo para boreste.

O conferente de carga Valdevino Vieira Cordeiro informou que durante o carregamento da parte final do convés, o navio pendera para bombordo, tendo nesta altura o primeiro oficial de bordo mandado que a madeira passasse a ser estivada para o lado oposto, ou seja, para boreste, a fim de compensar o navio. No dia seguinte, ao ser iniciada a operação de carregamento, o navio estava bem equilibrado.

Foram tomados os demais depoimentos que constam dos autos, anexadas numerosas fotografias e o auto de exame pericial realizado no casco afundado, bem como o relatório do socorro e salvamento, operação que, aliás não logrou impedir o afundamento do navio afinal.
As conclusões do inquérito foram no sentido de que o acidente se deveu a lastro insuficiente e foi agravado pelo fato de estarem abertas portas do convés e vigias no costado, que poderiam ser fechadas sem prejuízo para as máquinas, o que teria impedido o alagamento. Foram apontados como responsáveis o comandante Edgar Stanley Collins e o imediato Anthony F. Withington.

A Douta Procuradoria representou contra os dois, que foram citados por edital, sendo defendidos por advogados de ofício.

Isto posto: Considerando ter ficado provado, nos autos, a responsabilidade do comandante Edgar Stanley Collins, por ter lastrado mal o navio e permitido que a permeabilidade estivesse superior à mínima mediante o fechamento de portas e vigias e porque carregou o navio em discordância com o Livro de Estabilidade e com as ordens do comandante, além de ser imprudente, demorando a completar o lastro.

Considerando tudo mais que consta dos autos. Acordam os juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade:

a) quanto à natureza e extensão do acidente: naufrágio com perda total do navio e da carga; b) quanto a causa determinante: imperícia no carregamento do navio e imprudência ao desatracar; c) julgar culpados pelo acidente os representados Edgar Stanley Collins e Anthony F. Withington, por incursos no artigo 14, letra “a” e art. 15, letras “c” e “d”, combinados com o artigo 124, letras “c” e “i” da lei 2.180/54, aplicando-lhes a pena de interdição do exercício de suas funções em águas brasileiras, pelo prazo de dois anos, e custas processuais. Rio de Janeiro, em 15 de outubro de 1970. (Acórdão do Tribunal Marítimo – Processo número 5.568)

BONS TEMPOS

Ah! Bons tempos! Eram aqueles, em que a praia era nossa. Dividíamos-na apenas com alguns alemãezinhos de Blumenau, Brusque, Jaraguá do Sul ou algum “coxa branca” vindo lá de Curitiba.. Íamos à praia e o sol não causava câncer de pele, bloqueador solar chamava-se de bronzeador e o único que conhecíamos era um argentino que chegava entre nós através dos “importadores clandestinos” do nosso porto chamado de Rayto de Sol. Bons tempos... Aqueles que açúcar não fazia mal. Apenas engordava e causava cáries, mas não era o veneno proclamado hoje e substituído por outros tantos. Não havia nada “Diet” ou “Light”. Refrigerante era Crush, Guaraná e Coca-cola ou Grapette, que deixava a língua roxa e não engordava nem dava celulite. Bons tempos... Eram aqueles que camisinhas eram roupas de crianças. As “camisinhas” só eram usadas nas incursões às zonas muito perigosas. Nas casas coloridas e iluminadas do Morro Cortado, ou em algumas casas mal faladas da orla do cais. Ninguém nunca tinha ouvido falar em AIDS, proteção era apenas para uma gonorréia curada pelo farmacêutico de confiança com uma “malvada bezetacil” e mantida em segredo absoluto. Às vezes o próprio se entregava com o “não posso beber, estou tomando antibiótico”. Bons tempos... Aqueles que gripe ou resfriados eram curados com um “escalda pés”, chá de limão com cachaça acompanhado de um Melhoral. O sujeito tomava um “suador” e no outro dia levantava “novinho em folha”. Para dor de cabeça tomava “Cibalena” ou dimetillaminofenidimetilpirazolona que é a mesma coisa. Alguns malfeitores queimavam o comprimido de Cibalena no banheiro do Cine Rex e ele exalava um cheiro horrível espantando todo mundo. Bons tempos... Eram aqueles que o cigarro não fazia mal. Alguns começavam a fumar bem cedo para se sentirem mais velhos. As escondidas dos pais e irmãos ou de algum conhecido da família que pudesse delatar o crime. O cara macho fumava cigarro sem filtro, tipo Continental. Depois vieram os com filtro cuja vedete foi o Hollywood. Havia um que diziam que não dava cheiro nem mau hálito um tal de ”Cigarros Cônsul” era mentolado mas insuportável, dava ânsia de vomito. Bons tempos... Quando torcíamos pelo Barroso, pelo Estiva, pelo Marcílio. As torcidas de futebol só gozavam com a cara dos outros nas derrotas, sem brigas e sem violências. Nada de palavrões. “Viado” era pederasta, e porra e pentelho não ficava bem na boca de ninguém. As sandálias havaianas eram chamadas de “japonesas” e homem só podia usá-las na praia e mesmo assim, só as de cores escuras. Eram anos de uma vida mais humana e mais sábia, era a geração do bolero, do twist, do Rock and Roll e do yê-yê-yê, do cabelo engordurado com “glostora” ou de gumex fabricado pelo “seo Aquiles Gonçalves” ali na Rua Almirante Barroso. Do terno azul marinho, das meninas com os vestidos de saias rodadas insinuantes e sensuais, das missas das 10 horas, das longas conversas jogadas fora nos bancos do jardim, do footing na Rua Hercílio Luz. Noites sem sustos, sem medos, tendo por guardas as estrelas e sentindo o encantamento de estar vivo.

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